A história que eu vou contar
É sobre a origem do mundo
Criou Deus os céus e a terra
Aquele que nunca erra
Seu Espírito criador
Pairava por água de louvor
Trevas cobriam o abismo
Na terra sem forma e vazia
Haja Luz proferiu Deus
Para iluminar os seus
Viu que a luz era boa
Das palavras que ressoa
Separou trevas e luz
Cada um no seu lugar
Chamou a luz de dia
Pois melhor ela alumia
De noite chamou as trevas
Tempo de muitas levas
Houve tarde e manhã
Findou-se o primeiro dia
Fez Deus, pois o firmamento
Tudo ao seu contento
Das águas que estavam unidas
Cada qual teve guarida
O firmamento chamou Céus
Havendo tarde e manhã
Findou-se o segundo dia
Numa grande alegria
Depois da organização
Apareceu a seca porção
E viu Deus que era bom
Logo foi dizendo mais
Produza na terra relva
Formando as futuras selvas
Do que era o chão bruto
Foi nascendo belo fruto
Os frutos de cada espécie
Cresciam na terra amada
E as árvores contentes
Espalhavam as sementes
Deus muito se divertia
Ao findar o terceiro dia
O bom Deus estava feliz
Com a beleza da criação
Pra origem dos cruzeiros
Antes fez os Luzeiros
Dias, anos e estações
Surgiam como canções
E Deus fez os dois Luzeiros
Altos e bem grandes
Um para o dia governar
Um para a noite cuidar
Se de manhã um aquecia
Ao tardar se escurecia
Num toque do Criador
Teve Ele uma idéia
Para ornar o céu
Cobriu como um véu
Os fortes raios brilhantes
Das estrelas cintilantes
Viu que tudo era bom
Houve tarde e manhã
Findou-se o dia quarto
Mas Deus não estava farto
Seu poder é tão tremendo
Mesmo você não crendo
Disse Deus: povoem as águas
De enxames de seres viventes
Seu poder forte como brasa
Aves voavam com belas asas
Vôo que quase toca no firmamento
Razão não havia para lamento
Fez também marinhos animais
E todos os seres que rastejam
E com alta voz anunciou
A todos abençoou
Quero ver multiplicar
Os peixes do belo mar
Era bom tudo que fez
Houve tarde e manhã
E o quinto dia findou
Mas ainda não acabou
A história da criação
Grande foi de Deus a missão
Produziu a terra seres viventes
Conforme a sua espécie
Criou os animais selváticos
Também os domésticos
Habitou, pois os répteis
Nas gramas dos solos férteis
Sendo tudo muito bom
Algo ainda faltava
E Deus cheio de confiança
Criou o homem a sua semelhança
Tendo domínio dos seres do ar
E dos que nadavam no mar
Soprou Deus o fôlego de vida
Contemplando a criação tão bela
No coração do primeiro varão
Que se chamava Adão
Para só o homem não ser
Trouxe Eva pra seu viver
Feita de sua costela
Idônea auxiliadora
Em tudo a mão de Deus abençoou
Porque de coração os criou
Viviam em harmonia
E não era fantasia
Tudo quanto Deus fizera
Constatou que era bom
Houve nova manhã e tarde
No peito o coração arde
Findou-se o sexto dia
Banhado pela alegria
Assim acabados os céus
E todo o exército da terra
Pelo que originou
O Divino descansou
E o dia sétimo abençoou
E a ele santificou
Por Umbelina Neves